Síndromes Parkinson-Plus: O Que São, Sintomas, Diferenças do Parkinson e Tratamento
dezembro 4, 2025 | by draloisiopontilopes
Índice
- O que são as síndromes Parkinson-Plus?
- Parkinson-Plus é a mesma coisa que doença de Parkinson?
- Principais tipos de síndromes Parkinson-Plus
- Sintomas comuns e sinais de alerta
- Como é feito o diagnóstico?
- Existe cura ou tratamento?
- Prognóstico e expectativa de vida
- Cuidados com o paciente e apoio à família
- Perguntas frequentes
O que são as síndromes Parkinson-Plus?
As síndromes Parkinson-Plus (também chamadas de parkinsonismos atípicos) são um grupo de doenças neurológicas raras e progressivas que se assemelham à doença de Parkinson, mas têm causas diferentes, evolução mais rápida e respostas limitadas aos medicamentos usados no Parkinson clássico.
Essas condições afetam o sistema nervoso central e envolvem proteínas anormais que se acumulam no cérebro, levando à degeneração de neurônios em várias regiões — não apenas naquelas afetadas pelo Parkinson tradicional.
Apesar do nome, Parkinson-Plus não é uma forma “mais grave” de Parkinson, mas sim doenças distintas que compartilham alguns sintomas iniciais.
Parkinson-Plus é a mesma coisa que doença de Parkinson?
Não. Embora ambas causem tremor, rigidez, lentidão de movimentos (bradicinesia) e instabilidade postural, há diferenças importantes:
| Característica | Doença de Parkinson | Síndromes Parkinson-Plus |
|---|---|---|
| Resposta à levodopa | Boa resposta | Pouca ou nenhuma resposta |
| Progressão | Lenta (anos) | Mais rápida (meses a poucos anos) |
| Sintomas iniciais | Geralmente em um lado | Costumam ser simétricos |
| Queda precoce | Rara nos primeiros anos | Comum nos primeiros 1–3 anos |
| Problemas oculares, fala, deglutição | Aparecem tardiamente | Aparecem cedo |
Essas diferenças ajudam o neurologista a distinguir as condições.
Principais tipos de síndromes Parkinson-Plus
1. Paralisia Supranuclear Progressiva (PSP)
- Dificuldade para mover os olhos para baixo (ex: ao descer escadas)
- Quedas frequentes para trás
- Expressão facial “surpresa” (olhos arregalados)
- Problemas com fala, deglutição e equilíbrio desde o início
2. Degeneração Corticobasal (DCB)
- Rigidez e movimentos involuntários em um lado do corpo
- Sensação de que a mão “não obedece” (aliena hand syndrome)
- Dificuldade para realizar tarefas simples, como abotoar camisa
3. Atrofia de Múltiplos Sistemas (AMS)
- Combina sintomas de Parkinson com problemas do sistema nervoso autônomo:
- Pressão baixa ao levantar (hipotensão ortostática)
- Incontinência urinária
- Disfunção erétil
- Sudorese anormal
- Pode incluir também descoordenação (ataxia) ou tremor postural
Sintomas comuns e sinais de alerta
Além dos sintomas motores, as síndromes Parkinson-Plus frequentemente causam:
✅ Quedas precoces e frequentes
✅ Dificuldade para olhar para baixo ou para os lados
✅ Fala arrastada, fraca ou “monótona”
✅ Engasgos ao comer ou beber
✅ Tontura ao levantar (pressão baixa)
✅ Mudanças de humor, apatia ou demência
✅ Pouca melhora com medicamentos para Parkinson
Se esses sinais aparecem logo no início da doença, o médico pode suspeitar de Parkinson-Plus.
Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico é clínico, feito por um neurologista especializado em distúrbios do movimento, e inclui:
- Histórico detalhado dos sintomas
- Exame neurológico completo (avaliando olhos, equilíbrio, fala, coordenação)
- Resposta ao medicamento levodopa (se não houver melhora significativa, reforça a hipótese de Parkinson-Plus)
- Ressonância magnética (RM) do cérebro: pode mostrar atrofia em regiões específicas
- Em alguns casos, PET scan ou outros exames avançados
Não existe um exame único que confirme Parkinson-Plus — o diagnóstico é feito por exclusão e padrão clínico.
Existe cura ou tratamento?
Infelizmente, não há cura para as síndromes Parkinson-Plus, e não há medicamentos que parem a progressão da doença. Porém, é possível aliviar sintomas e melhorar a qualidade de vida:
- Fisioterapia: para equilíbrio, prevenção de quedas e mobilidade
- Fonoaudiologia: para fala e deglutição segura
- Terapia ocupacional: adaptações para atividades do dia a dia
- Medicamentos: podem ajudar parcialmente (ex: levodopa em doses altas, fludrocortisona para pressão baixa)
- Cuidados paliativos precoces: foco em conforto, segurança e dignidade
O tratamento é multidisciplinar e deve ser personalizado.
Prognóstico e expectativa de vida
As síndromes Parkinson-Plus têm evolução mais rápida que o Parkinson clássico:
- A maioria dos pacientes perde a independência em 3 a 8 anos após o diagnóstico
- A expectativa de vida varia, mas geralmente é de 6 a 10 anos após os primeiros sintomas
- As principais complicações são pneumonia por aspiração (engasgo) e infecções urinárias
Apesar do prognóstico desafiador, cuidados adequados prolongam a sobrevida e reduzem o sofrimento.
Cuidados com o paciente e apoio à família
Cuidar de alguém com Parkinson-Plus é exigente. Algumas dicas:
- Adapte a casa: remova tapetes, instale barras de apoio, use cadeira de banho
- Alimentação segura: alimentos pastosos, líquidos engrossados, posição ereta ao comer
- Evite quedas: use andador com freio, calçados antiderrapantes
- Apoio emocional: grupos de apoio e terapia ajudam familiares e cuidadores
- Planeje com antecedência: discuta desejos do paciente sobre cuidados futuros
O cuidador também precisa de cuidados — esgotamento é comum e deve ser prevenido.
Perguntas frequentes
1. Parkinson-Plus é genético?
Na maioria dos casos, não. A maioria dos casos é esporádica (sem causa familiar clara).
2. Pode ser confundido com Alzheimer?
Sim, especialmente quando há demência precoce. Mas os sintomas motores são a principal pista para diferenciar.
3. O SUS oferece tratamento no Brasil?
Sim. Fisioterapia, fonoaudiologia e medicamentos estão disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS), especialmente em centros de referência em neurologia.
4. Existe pesquisa em andamento?
Sim! Estudos com biomarcadores, terapias com anticorpos e neuromodulação estão em desenvolvimento, mas ainda em fases iniciais.
Conclusão
As síndromes Parkinson-Plus são desafiadoras, mas não são invisíveis. Embora não tenham cura, o diagnóstico precoce, cuidados multidisciplinares e apoio familiar fazem uma enorme diferença na qualidade de vida.
Se você ou um ente querido tem sintomas que não melhoram com remédios para Parkinson ou evoluem de forma incomum, busque um neurologista. Um diagnóstico correto é o primeiro passo para o melhor cuidado possível.
Leia mais sobre o assunto neste link.
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