Neurologista em Curitiba | Dr. Aloisio Ponti Lopes

Adenoma de Hipófise: O Que É, Sintomas, Diagnóstico e Tratamento (Guia Completo para Leigos)

dezembro 1, 2025 | by draloisiopontilopes

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Índice

  1. O que é um adenoma de hipófise?
  2. Adenoma de hipófise é câncer?
  3. Tipos de adenoma de hipófise: funcionante e não funcionante
  4. Sintomas comuns: como saber se você tem um adenoma?
  5. Como é feito o diagnóstico?
  6. Tratamentos disponíveis: quando operar?
  7. Prognóstico: é possível viver bem com adenoma de hipófise?
  8. Cuidados após o tratamento
  9. Perguntas frequentes

O que é um adenoma de hipófise?

O adenoma de hipófise é um tumor benigno (não canceroso) que se desenvolve na hipófise — uma pequena glândula do tamanho de uma ervilha, localizada na base do cérebro, logo atrás do nariz.

Apesar de ser um tumor, a grande maioria dos adenomas de hipófise é benigna, cresce lentamente e não se espalha para outras partes do corpo. A hipófise é conhecida como a “glândula mestra”, pois controla outras glândulas do corpo (como tireoide, adrenais e gônadas) e regula funções essenciais como crescimento, reprodução, metabolismo e estresse.

Quando um adenoma se forma, ele pode pressionar estruturas próximas ou produzir hormônios em excesso, causando diversos sintomas.


Adenoma de hipófise é câncer?

Não. A maioria dos adenomas de hipófise são benignos. Eles não invadem tecidos distantes nem se espalham (metástases), como os cânceres.

Adenomas malignos da hipófise são extremamente raros — quase inexistentes na prática clínica. Por isso, o diagnóstico de adenoma não significa câncer, o que traz alívio para muitos pacientes.


Tipos de adenoma de hipófise: funcionante e não funcionante

Os adenomas são classificados de acordo com se produzem hormônios ou não:

🔹 Adenomas funcionantes

Produzem hormônios em excesso. Os mais comuns são:

  • Prolactinoma: produz prolactina → causa ausência de menstruação, infertilidade, leite nas mamas (mesmo sem estar grávida/amamentando)
  • Adenoma produtor de GH: causa acromegalia (crescimento anormal das mãos, pés e rosto)
  • Adenoma produtor de ACTH: causa doença de Cushing (ganho de peso na barriga, rosto arredondado, estrias roxas)

🔹 Adenomas não funcionantes

Não produzem hormônios, mas crescem e pressionam estruturas ao redor, como o nervo óptico. Isso pode causar:

  • Perda de visão (especialmente visão periférica)
  • Dores de cabeça frequentes
  • Queda dos hormônios da hipófise (fadiga, fraqueza, baixa pressão)

Sintomas comuns: como saber se você tem um adenoma?

Os sinais variam conforme o tipo de adenoma:

Alterações menstruais ou infertilidade em mulheres
Disfunção erétil ou perda de libido em homens
Secreção de leite pelas mamas (galactorreia)
Mudanças no rosto, mãos ou pés (engrossamento, aumento)
Ganho de peso abdominal, pele fina, estrias roxas
Visão embaçada ou perda da visão lateral
Dores de cabeça persistentes
Cansaço extremo, tontura, desmaios (por baixos níveis hormonais)

Se você tem um ou mais desses sintomas sem explicação clara, converse com um endocrinologista.


Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico envolve três pilares:

  1. Exames de sangue e urina: para medir os níveis de hormônios (prolactina, cortisol, GH, TSH, etc.)
  2. Ressonância magnética da sela túrcica: exame de imagem que mostra o tamanho e localização do tumor
  3. Avaliação visual: teste de campo visual para verificar se há compressão do nervo óptico

Em alguns casos, pode ser necessário teste dinâmico hormonal (como o teste de supressão com glicose para GH).


Tratamentos disponíveis: quando operar?

O tratamento depende do tipo, tamanho e efeitos do adenoma:

💊 1. Medicamentos

  • Prolactinomas: respondem muito bem a remédios como cabergolina ou bromocriptina (em 80–90% dos casos, o tumor diminui sem cirurgia)
  • Acromegalia: medicamentos podem controlar o hormônio do crescimento antes ou após a cirurgia

🔪 2. Cirurgia

Indicada para:

  • Adenomas grandes (macroadenomas, >1 cm)
  • Tumores que comprimem o nervo óptico
  • Casos de acromegalia ou doença de Cushing que não respondem a remédios

A cirurgia mais comum é a transesfenoidal: o neurocirurgião acessa a hipófise pelo nariz, sem abrir o crânio. É menos invasiva e com boa recuperação.

🌟 3. Radioterapia

Usada em casos raros, quando o tumor persiste ou volta após cirurgia e não responde a medicamentos.


Prognóstico: é possível viver bem com adenoma de hipófise?

Sim! A maioria das pessoas com adenoma de hipófise leva uma vida normal após o diagnóstico e tratamento adequado.

  • Prolactinomas: altamente tratáveis com remédios
  • Adenomas não funcionantes: muitas vezes são descobertos por acaso em exames de imagem e não precisam de tratamento imediato
  • Mesmo após cirurgia, a maioria dos pacientes se recupera bem e retoma atividades normais

O segredo é o acompanhamento contínuo para ajustar hormônios e monitorar o tumor.


Cuidados após o tratamento

  • Faça exames de sangue regulares para monitorar os hormônios
  • Realize ressonâncias periódicas (se indicado)
  • Tome reposição hormonal se a hipófise não produzir o suficiente (ex: corticoide, hormônio tireoidiano, testosterona)
  • Mantenha consultas de acompanhamento por anos, mesmo que se sinta bem

Perguntas frequentes

1. Adenoma de hipófise é hereditário?
Na maioria dos casos, não. Mas em síndromes raras (como a MEN1), pode haver componente genético.

2. Posso engravidar com adenoma de hipófise?
Sim! Muitas mulheres com prolactinoma controlado engravidam normalmente. É essencial planejar com o endocrinologista / ginecologista.

3. O adenoma pode voltar depois da cirurgia?
Há risco de recorrência, especialmente em tumores maiores. Por isso, o seguimento a longo prazo é fundamental.

4. O SUS oferece tratamento para adenoma de hipófise no Brasil?
Sim. Tanto medicamentos (como cabergolina) quanto cirurgias são oferecidos pelo SUS em centros de referência em endocrinologia e neurocirurgia.


Conclusão

O adenoma de hipófise é mais comum do que se imagina e, na maioria dos casos, totalmente tratável. Com diagnóstico precoce e acompanhamento adequado, é possível controlar os sintomas, preservar a visão, regular os hormônios e manter uma vida plena.

Se você suspeita de um problema hormonal ou tem sintomas inexplicáveis, não ignore.

O tratamento normalmente requer acompanhamento multidisciplinar – participam neurologista, endocrinologista, ginecologista e neurocirurgião.

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