Adenoma de Hipófise: O Que É, Sintomas, Diagnóstico e Tratamento (Guia Completo para Leigos)
dezembro 1, 2025 | by draloisiopontilopes
Índice
- O que é um adenoma de hipófise?
- Adenoma de hipófise é câncer?
- Tipos de adenoma de hipófise: funcionante e não funcionante
- Sintomas comuns: como saber se você tem um adenoma?
- Como é feito o diagnóstico?
- Tratamentos disponíveis: quando operar?
- Prognóstico: é possível viver bem com adenoma de hipófise?
- Cuidados após o tratamento
- Perguntas frequentes
O que é um adenoma de hipófise?
O adenoma de hipófise é um tumor benigno (não canceroso) que se desenvolve na hipófise — uma pequena glândula do tamanho de uma ervilha, localizada na base do cérebro, logo atrás do nariz.
Apesar de ser um tumor, a grande maioria dos adenomas de hipófise é benigna, cresce lentamente e não se espalha para outras partes do corpo. A hipófise é conhecida como a “glândula mestra”, pois controla outras glândulas do corpo (como tireoide, adrenais e gônadas) e regula funções essenciais como crescimento, reprodução, metabolismo e estresse.
Quando um adenoma se forma, ele pode pressionar estruturas próximas ou produzir hormônios em excesso, causando diversos sintomas.
Adenoma de hipófise é câncer?
Não. A maioria dos adenomas de hipófise são benignos. Eles não invadem tecidos distantes nem se espalham (metástases), como os cânceres.
Adenomas malignos da hipófise são extremamente raros — quase inexistentes na prática clínica. Por isso, o diagnóstico de adenoma não significa câncer, o que traz alívio para muitos pacientes.
Tipos de adenoma de hipófise: funcionante e não funcionante
Os adenomas são classificados de acordo com se produzem hormônios ou não:
🔹 Adenomas funcionantes
Produzem hormônios em excesso. Os mais comuns são:
- Prolactinoma: produz prolactina → causa ausência de menstruação, infertilidade, leite nas mamas (mesmo sem estar grávida/amamentando)
- Adenoma produtor de GH: causa acromegalia (crescimento anormal das mãos, pés e rosto)
- Adenoma produtor de ACTH: causa doença de Cushing (ganho de peso na barriga, rosto arredondado, estrias roxas)
🔹 Adenomas não funcionantes
Não produzem hormônios, mas crescem e pressionam estruturas ao redor, como o nervo óptico. Isso pode causar:
- Perda de visão (especialmente visão periférica)
- Dores de cabeça frequentes
- Queda dos hormônios da hipófise (fadiga, fraqueza, baixa pressão)
Sintomas comuns: como saber se você tem um adenoma?
Os sinais variam conforme o tipo de adenoma:
✅ Alterações menstruais ou infertilidade em mulheres
✅ Disfunção erétil ou perda de libido em homens
✅ Secreção de leite pelas mamas (galactorreia)
✅ Mudanças no rosto, mãos ou pés (engrossamento, aumento)
✅ Ganho de peso abdominal, pele fina, estrias roxas
✅ Visão embaçada ou perda da visão lateral
✅ Dores de cabeça persistentes
✅ Cansaço extremo, tontura, desmaios (por baixos níveis hormonais)
Se você tem um ou mais desses sintomas sem explicação clara, converse com um endocrinologista.
Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico envolve três pilares:
- Exames de sangue e urina: para medir os níveis de hormônios (prolactina, cortisol, GH, TSH, etc.)
- Ressonância magnética da sela túrcica: exame de imagem que mostra o tamanho e localização do tumor
- Avaliação visual: teste de campo visual para verificar se há compressão do nervo óptico
Em alguns casos, pode ser necessário teste dinâmico hormonal (como o teste de supressão com glicose para GH).
Tratamentos disponíveis: quando operar?
O tratamento depende do tipo, tamanho e efeitos do adenoma:
💊 1. Medicamentos
- Prolactinomas: respondem muito bem a remédios como cabergolina ou bromocriptina (em 80–90% dos casos, o tumor diminui sem cirurgia)
- Acromegalia: medicamentos podem controlar o hormônio do crescimento antes ou após a cirurgia
🔪 2. Cirurgia
Indicada para:
- Adenomas grandes (macroadenomas, >1 cm)
- Tumores que comprimem o nervo óptico
- Casos de acromegalia ou doença de Cushing que não respondem a remédios
A cirurgia mais comum é a transesfenoidal: o neurocirurgião acessa a hipófise pelo nariz, sem abrir o crânio. É menos invasiva e com boa recuperação.
🌟 3. Radioterapia
Usada em casos raros, quando o tumor persiste ou volta após cirurgia e não responde a medicamentos.
Prognóstico: é possível viver bem com adenoma de hipófise?
Sim! A maioria das pessoas com adenoma de hipófise leva uma vida normal após o diagnóstico e tratamento adequado.
- Prolactinomas: altamente tratáveis com remédios
- Adenomas não funcionantes: muitas vezes são descobertos por acaso em exames de imagem e não precisam de tratamento imediato
- Mesmo após cirurgia, a maioria dos pacientes se recupera bem e retoma atividades normais
O segredo é o acompanhamento contínuo para ajustar hormônios e monitorar o tumor.
Cuidados após o tratamento
- Faça exames de sangue regulares para monitorar os hormônios
- Realize ressonâncias periódicas (se indicado)
- Tome reposição hormonal se a hipófise não produzir o suficiente (ex: corticoide, hormônio tireoidiano, testosterona)
- Mantenha consultas de acompanhamento por anos, mesmo que se sinta bem
Perguntas frequentes
1. Adenoma de hipófise é hereditário?
Na maioria dos casos, não. Mas em síndromes raras (como a MEN1), pode haver componente genético.
2. Posso engravidar com adenoma de hipófise?
Sim! Muitas mulheres com prolactinoma controlado engravidam normalmente. É essencial planejar com o endocrinologista / ginecologista.
3. O adenoma pode voltar depois da cirurgia?
Há risco de recorrência, especialmente em tumores maiores. Por isso, o seguimento a longo prazo é fundamental.
4. O SUS oferece tratamento para adenoma de hipófise no Brasil?
Sim. Tanto medicamentos (como cabergolina) quanto cirurgias são oferecidos pelo SUS em centros de referência em endocrinologia e neurocirurgia.
Conclusão
O adenoma de hipófise é mais comum do que se imagina e, na maioria dos casos, totalmente tratável. Com diagnóstico precoce e acompanhamento adequado, é possível controlar os sintomas, preservar a visão, regular os hormônios e manter uma vida plena.
Se você suspeita de um problema hormonal ou tem sintomas inexplicáveis, não ignore.
O tratamento normalmente requer acompanhamento multidisciplinar – participam neurologista, endocrinologista, ginecologista e neurocirurgião.
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